domingo, outubro 31, 2010

Novembro 2010: Estaremos Todos Falidos Dentro de 10 Anos?

Jacques Atali





   Jacques Atali mostra-nos a insustentabilidade actual dos modelos económicos ocidentais e dos Estados actuais. Leitura indispensável. «Estaremos arruinados dentro de pouco tempo? Estaremos a levar os nossos filhos à ruína? Poucas vezes tais questões terão sido colocadas de forma tão incisiva. Com efeito, à excepção dos períodos de guerra total, nunca a dívida pública dos países mais poderosos foi tão elevada como é hoje. E nunca os riscos que tal implica para o nível de vida e os sistemas políticos destes mesmos países foram tão ameaçadores como são hoje. Poderá parecer que estamos perante um assunto árido e técnico, mas na verdade não é assim, porque o que está em causa é o nosso destino. Nomeadamente em França, se não se põe imediatemente travão ao crescimento da dívida pública, o próximo Presidente da República ver-se-á obrigado a passar todo o seu mandato a impor uma política de austeridade; e a França e cada um dos franceses passarão a próxima década a sofrer as consequências das loucuras cometidas na década que terminou. Como poupar às gerações futuras a obrigação de pagarem – e de pagarem caro – o cinismo dos nossos contemporâneos?» Jacques Attali

sábado, outubro 09, 2010

Outubro 2010: Low Cost



Massimo Gaggi e Edoardo Narduzzi

Este mês a proposta de leitura recai sobre um livro surpreendente que nos traz uma nova abordagem sobre o mundo em que vivemos e sobre as novas tendências da actual fase de globalização económica. A classe média está prestes a sair de cena depois de ter sido ao longo de mais de dois séculos a base da sociedade ocidental. Desaparecidas as razões económicas, políticas e sociais que a tinham feito emergir, esta classe já não se consegue adaptar às transformações impostas pela globalização. O bastão do comando passa dos produtores para os consumidores. No seio da sociedade toma forma uma classe indistinta, a classe das massas, que quer sobretudo consumir mais. É uma revolução insidiosa para a política, mas não deixa de ter conteúdos democráticos. Nas suas bandeiras estão impressas as marcas Ryanair, Ikea, Wal-Mart, Skype, Zara, Google. É a revolução low cost produzida por um capitalismo capaz de normalizar tudo e mais alguma coisa, mas também de personalizar a sua oferta, condenando ao declínio a dispendiosa sociedade do welfare do pós-guerra europeu e desenhando um futuro low cost, mesmo para os serviços públicos.