quinta-feira, abril 01, 2010

Abril 2010: O Santo Graal da Macroeconomia


O Santo Graal da Macroeconomia



Richard C. Koo


Acredito que, estou a surpreender todos os meus leitores assíduos ao propor, como livro do mês, uma obra quase desconhecida, escrita por um autor sem referências dignas de nota e que está longe de ser um campeão de vendas.


Por sorte, nenhum dos critérios enunciados acima são aqueles que norteiam as minhas análises e este é um livro absolutamente brilhante de alguém que partindo da realidade do Japão consegue retirar lições e estratégias globais, percebendo claramente a grande diferença entre a Grande Depressão e a conjuntura actual, com a integração económica global e a necessidade de encontrar soluções alternativas face à simples aplicação das receitas do passado.

De seguida, apresento a citação da sinopse do livro disponível na Bertrand Online:

“A crise financeira global de 2009 e o descalabro económico têm criado o medo de que outra Grande Depressão pode estar ao virar da esquina. Embora os legisladores de todo o mundo tenham estado a fazer uso de todas as ferramentas ao seu dispor para lutar contra a recessão, até agora as vitórias têm sido mínimas. Nestas circustâncias particulares, não está a ser fácil aprender com o passado. Depois de mais de sete décadas, a classe dos economistas ainda não encontrou uma explicação que justifique por que é que a depressão da década de 1930 foi tão grave e durou tanto tempo. Ben S. Bernanke, o actual presidente da direcção da Reserva Federal, chegou mesmo a apelidar a compreensão das razões para a Grande Depressão de "O Santo Graal da Macroeconomia" ainda por encontrar. Neste livro inovador, Richard Koo defende que a Grande Recessão do Japão, que durou entre 1990 e 2005, deu-nos pistas vitais não só sobre o modo como uma economia pós-bolha pode mergulhar numa recessão prolongada ao mesmo tempo que faz com que a maioria das respostas convencionais se torne ineficaz, mas também sobre qual a mistura de políticas certa para que uma economia se consiga libertar deste tipo de recessão. Koo defende que existem na verdade duas fases numa economia, a fase normal (ou yang), em que o sector privado está a maximizar lucros, e a fase pós-bolha (ou yin), em que o sector privado está a minimizar a dívida ou a reparar as folhas de balanço danificadas. Embora a teoria económica convencional seja útil na análise de economias na fase yang, ela é menos útil para explicar fenómenos como a "armadinha da liquidez" que é típica de uma economia na fase yin. A distinção entre as fases yin e yang também explica por que é que algumas políticas funcionam bem em certas situações mas não em outras. De facto, oferece-nos a fundação crucial da macroeconomia que tem faltado desde os tempos de Keynes.”