sábado, janeiro 01, 2011

Janeiro 2011: Economia de Crise


Nouriel Roubini e Stephen Mihm



   Nos últimos tempos Roubini tornou-se incontornável, pois Nouriel Roubini foi o único economista a prever a mais recente crise mundial na dimensão que se veio a verificar. Este livro destruidor de mitos revela os métodos que Nouriel Roubini empregou para prever a última crise antes dos outros economistas a terem constatado. Explica como esses métodos podem ajudar-nos a pensar o presente e preparar o futuro. Economistas e investidores sabem agora através de Roubini que não podem continuar a considerar as crises como os cisnes negros da história financeira.

domingo, dezembro 05, 2010

Dezembro 2010: Uma Economia, Muitas Soluções


Dani Rodrik



   Dani Rodrik é um nome bem conhecido de todos os alunos do curso de Economia da Universidade Lusófona que já passaram pela disciplina de Teoria e Modelos de Crescimento Económico, em que o trabalho de investigação e a abordagem altamente inovadora e comprometida com a Humanidade apresentada por Dani Rodrik são bem realçadas. Este é um autor que está a sair da redoma em que muitas vezes os investigadores se colocam para chegar às grandes massas e finalmente começar a influenciar as decisões na economia mundial. Convém ler.
“Tendo em conta o nível de abertura do actual sistema global de comércio, os grandes resultados em termos de crescimento já não derivam de mais incrementos no acesso dos países em desenvolvimento aos mercados dos países ricos. O verdadeiro desafio para o futuro é como tornar a rede cada vez mais apertada da regulamentação do comércio internacional compatível com as necessidades de desenvolvimento.” Estas são algumas das reflexões do economista de referência Dani Rodrik que, ao longo deste livro, defende como é que os países pobres se tornam ricos: não por seguirem o que fazem os seus antecessores, mas antes por ultrapassarem as suas limitações específicas. Embora a globalização possa ser benéfica para os países que estão a tentar sair da pobreza, o seu sucesso normalmente implica que sigam políticas que sejam adequadas às suas necessidades locais, em vez de obedecerem ao que é estipulado pela globalização internacional.

domingo, outubro 31, 2010

Novembro 2010: Estaremos Todos Falidos Dentro de 10 Anos?

Jacques Atali





   Jacques Atali mostra-nos a insustentabilidade actual dos modelos económicos ocidentais e dos Estados actuais. Leitura indispensável. «Estaremos arruinados dentro de pouco tempo? Estaremos a levar os nossos filhos à ruína? Poucas vezes tais questões terão sido colocadas de forma tão incisiva. Com efeito, à excepção dos períodos de guerra total, nunca a dívida pública dos países mais poderosos foi tão elevada como é hoje. E nunca os riscos que tal implica para o nível de vida e os sistemas políticos destes mesmos países foram tão ameaçadores como são hoje. Poderá parecer que estamos perante um assunto árido e técnico, mas na verdade não é assim, porque o que está em causa é o nosso destino. Nomeadamente em França, se não se põe imediatemente travão ao crescimento da dívida pública, o próximo Presidente da República ver-se-á obrigado a passar todo o seu mandato a impor uma política de austeridade; e a França e cada um dos franceses passarão a próxima década a sofrer as consequências das loucuras cometidas na década que terminou. Como poupar às gerações futuras a obrigação de pagarem – e de pagarem caro – o cinismo dos nossos contemporâneos?» Jacques Attali

sábado, outubro 09, 2010

Outubro 2010: Low Cost



Massimo Gaggi e Edoardo Narduzzi

Este mês a proposta de leitura recai sobre um livro surpreendente que nos traz uma nova abordagem sobre o mundo em que vivemos e sobre as novas tendências da actual fase de globalização económica. A classe média está prestes a sair de cena depois de ter sido ao longo de mais de dois séculos a base da sociedade ocidental. Desaparecidas as razões económicas, políticas e sociais que a tinham feito emergir, esta classe já não se consegue adaptar às transformações impostas pela globalização. O bastão do comando passa dos produtores para os consumidores. No seio da sociedade toma forma uma classe indistinta, a classe das massas, que quer sobretudo consumir mais. É uma revolução insidiosa para a política, mas não deixa de ter conteúdos democráticos. Nas suas bandeiras estão impressas as marcas Ryanair, Ikea, Wal-Mart, Skype, Zara, Google. É a revolução low cost produzida por um capitalismo capaz de normalizar tudo e mais alguma coisa, mas também de personalizar a sua oferta, condenando ao declínio a dispendiosa sociedade do welfare do pós-guerra europeu e desenhando um futuro low cost, mesmo para os serviços públicos.

terça-feira, agosto 31, 2010

Setembro 2010: A Economia Irracional

Erwann Michel-Kerjan e Paul Slovic

Este mês a proposta de leitura entra num campo arrojado. As matrizes de pensamento que nos permitem tomar decisões em contextos incertos. A economia irracional aborda o tema da gestão de risco em eventos extremos e da tomada de decisão económica com modelos racionais diante da irracionalidade.


Os autores foram selecionados entre professores, inovadores comprovados e vencedores do prémio Nobel vindos de áreas como a economia comportamental, psicologia, gestão, seguros, ciências e finanças. A cada um deles foi pedido para analisar as dificuldades da tomada de decisão racional no dia a dia e diante de ameaças de catástrofes como alterações climáticas, desastres naturais, perigos tecnológicos e outros. Trata-se de um livro muito interessante que potencia uma descoberta permanente ao longo da leitura. Estilos variados de escrita e abordagens diferenciadas realçam a novidade. A ler o quanto antes.

sexta-feira, agosto 20, 2010

Agosto 2010: Vaticano S.A.



Gianluigi Nuzzi



   Este mês a proposta de leitura vira-se para o lado terreno e pouco espiritual daquele que é conhecido como o mais pequeno Estado do mundo. Uma verdadeira lição sobre "Economia Monetária e Financeira". Este livro contém revelações totalmente inéditas sobre a história das finanças do Vaticano, o que só foi possível graças a um homem que constituiu um arquivo imenso, verdadeira memória histórica, com cerca de quatro mil ficheiros. Monsenhor Renato Dardozz.

sábado, julho 03, 2010

Julho 2010: Porque é Que o Seu Mundo Vai Ficar Muito Mais Pequeno



Porque É Que o Seu Mundo Vai Ficar Muito Mais Pequeno






Jeff Rubin





   Este mês a proposta de leitura recai num livro surpreendente que apresenta uma reflexão extraordinariamente consistente sobre as consequências económicas do fim do petróleo. A apresentação comercial do livro destaca o que se transcreve de seguida.

Na economia global, ninguém pensa nas distâncias em quilómetros, mas sim em dólares. Se o petróleo for barato, pouco importa se o bacalhau é ou não da Noruega, pois os custos de transporte não encarecem o produto. Mas a partir do momento em que o preço dos combustíveis dispara, o bacalhau torna-se caro - tal como os kiwis da Austrália ou os ténis do sudoeste asiático.

Acontece que o preço do petróleo vai aumentar. As maiores reservas de crude, como as do Médio Oriente, estão a definhar; e as novas são difíceis de rentabilizar. Junte-se a isso o consumo crescente das super-potências emergentes (China, Índia) e é fácil prever um futuro radicalmente diferente.

Jeff Rubin já o anda a fazer desde 2000. O economista, que tem previsto com sucesso consecutivas escaladas no preço do petróleo, revela-nos neste best-seller toda a extensão da nossa dependência do crude. E prova-nos, por A + B, como o marco mítico dos três dígitos (100 dólares por barril) vai ser fatal para a globalização.

O mundo pós-petróleo vai reconfigurar o modo como produzimos, consumimos e vivemos.

A economia voltará a ser local, as maçãs de Alcobaça ficarão por cá, e podemos dizer adeus às roupas baratas do México.

quinta-feira, abril 01, 2010

Abril 2010: O Santo Graal da Macroeconomia


O Santo Graal da Macroeconomia



Richard C. Koo


Acredito que, estou a surpreender todos os meus leitores assíduos ao propor, como livro do mês, uma obra quase desconhecida, escrita por um autor sem referências dignas de nota e que está longe de ser um campeão de vendas.


Por sorte, nenhum dos critérios enunciados acima são aqueles que norteiam as minhas análises e este é um livro absolutamente brilhante de alguém que partindo da realidade do Japão consegue retirar lições e estratégias globais, percebendo claramente a grande diferença entre a Grande Depressão e a conjuntura actual, com a integração económica global e a necessidade de encontrar soluções alternativas face à simples aplicação das receitas do passado.

De seguida, apresento a citação da sinopse do livro disponível na Bertrand Online:

“A crise financeira global de 2009 e o descalabro económico têm criado o medo de que outra Grande Depressão pode estar ao virar da esquina. Embora os legisladores de todo o mundo tenham estado a fazer uso de todas as ferramentas ao seu dispor para lutar contra a recessão, até agora as vitórias têm sido mínimas. Nestas circustâncias particulares, não está a ser fácil aprender com o passado. Depois de mais de sete décadas, a classe dos economistas ainda não encontrou uma explicação que justifique por que é que a depressão da década de 1930 foi tão grave e durou tanto tempo. Ben S. Bernanke, o actual presidente da direcção da Reserva Federal, chegou mesmo a apelidar a compreensão das razões para a Grande Depressão de "O Santo Graal da Macroeconomia" ainda por encontrar. Neste livro inovador, Richard Koo defende que a Grande Recessão do Japão, que durou entre 1990 e 2005, deu-nos pistas vitais não só sobre o modo como uma economia pós-bolha pode mergulhar numa recessão prolongada ao mesmo tempo que faz com que a maioria das respostas convencionais se torne ineficaz, mas também sobre qual a mistura de políticas certa para que uma economia se consiga libertar deste tipo de recessão. Koo defende que existem na verdade duas fases numa economia, a fase normal (ou yang), em que o sector privado está a maximizar lucros, e a fase pós-bolha (ou yin), em que o sector privado está a minimizar a dívida ou a reparar as folhas de balanço danificadas. Embora a teoria económica convencional seja útil na análise de economias na fase yang, ela é menos útil para explicar fenómenos como a "armadinha da liquidez" que é típica de uma economia na fase yin. A distinção entre as fases yin e yang também explica por que é que algumas políticas funcionam bem em certas situações mas não em outras. De facto, oferece-nos a fundação crucial da macroeconomia que tem faltado desde os tempos de Keynes.”

domingo, fevereiro 28, 2010

Março 2010: A Revolução da Riqueza



A Revolução da Riqueza



Alvin e Heidi Toffler



Alvin Toffler, o pai da Terceira Vaga, volta para nos falar de uma sociedade de abundância por oposição à sociedade da escassez. Mas melhor que qualquer descrição são as suas próprias palavras: “Estamos hoje a viver um período revolucionário, mas a revolução não é apenas tecnológica. Embora computadores e telecomunicações tenham um papel importante nas mudanças revolucionárias que estão a acontecer, é importante reconhecer que as mudanças também são económicas, sociais, culturais, políticas, religiosas, institucionais e até mesmo filosóficas ou, mais precisamente, epistemológicas. Uma nova civilização está a nascer, que envolve uma nova maneira de viver (”a new way of life”).


Na verdade, a amplitude e a profundidade das mudanças que estão a acontecer são tão grandes que podemos dizer que apenas duas outras vezes, na história da humanidade, mudanças semelhantes ocorreram.

A primeira vez foi quando a raça humana passou de uma civilização tipicamente nómada para uma civilização basicamente agrícola, sedentária. Isso se deu cerca de 10 mil anos atrás.

A segunda vez foi quando a raça humana passou de sua civilização predominantemente agrícola para uma civilização basicamente industrial. O início dessa mudança se deu há cerca de 300 anos, nos Estados Unidos e na Europa, mas muitas regiões do mundo ainda não atingiram esse estágio.

A terceira revolução está a acontecer agora. Ela começou a acontecer por volta de 1955 nos Estados Unidos e em alguns outros países que estavam no auge do seu desenvolvimento industrial.

Em The Third Wave chamei essas três revoluções de “ondas”.

Embora essa terceira onda tenha sido chamada por vários nomes (Sociedade Pós-Industrial, Sociedade da Informação, etc.), a melhor maneira de entendê-la é contrastando-a com a segunda onda, a era da civilização industrial.

I) Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que o que distingue uma onda da outra é, fundamentalmente, um sistema diferente de criar riqueza. A alteração da forma de produção de riqueza é acompanhada, porém, de profundas mudanças sociais, culturais, políticas, filosóficas, institucionais, etc.

Na primeira onda a forma de criar riqueza era cultivando a terra. Os meios de produção de riqueza eram, portanto, a terra, alguns implementos agrícolas (a tecnologia incipiente da época), os factores produtivos básicos (sementes), e o trabalho do ser humano (e de animais), que fornecia toda a energia que era necessária para o processo produtivo. Do ser humano se esperava apenas que tivesse um mínimo de conhecimento sobre quando e como plantar e colher e a força física para trabalhar. Essa forma de produção de riquezas trouxe profundas transformações sociais, culturais, políticas, filosóficas, institucionais, etc., em relação ao que existia na civilização que a precedeu (civilização nómada).

Na segunda onda, a forma de criar riqueza passou a ser a manufactura industrial e o comércio de bens. Os meios de produção de riqueza se alteraram. A terra deixou de ser tão importante, mas, por outro lado, prédios (fábricas), equipamentos, energia para tocar os equipamentos, matéria-prima, o trabalho do ser humano, e, naturalmente o capital (dada a necessidade de grandes investimentos iniciais) passaram a assumir um papel essencial enquanto meios de produção. Do ser humano passou a esperar-se que pudesse entender ordens e instruções, que fosse disciplinado e que, na maioria dos casos, tivesse força física para trabalhar. Essa nova forma de produção de riquezas também trouxe profundas transformações sociais, culturais, políticas, filosóficas, institucionais, etc., em relação ao que existia na civilização predominantemente agrícola. Nós todos conhecemos bem as características desta civilização industrial, porque nascemos nela e, em grande parte, ainda continuamos a viver nela.

Na terceira onda, a principal inovação está no facto de que o conhecimento passou a ser, não um meio adicional de produção de riquezas, mas, sim, o meio dominante. Na medida em que ele se faz presente, é possível reduzir a participação de todos os outros meios no processo de produção. O conhecimento, na verdade, se tornou o substituto último de todos os outros meios de produção. Na guerra, por exemplo, um centímetro quadrado de silício, na forma de um chip programado, pode substituir uma tonelada de urânio. O conhecimento se tornou ingrediente indispensável de armamentos inteligentes, que são programáveis para atingir alvos específicos e seleccionados. Para derrotar o inimigo, frequentemente basta destruir o seu sistema de informações.”

Para compreender o mundo em que vivemos e a mudança de paradigma produtivo, recomendo vivamente a leitura desta obra.

domingo, fevereiro 14, 2010

Fevereiro 2010: O Meu Livro de Economia



O Meu Livro de Economia






João César das Neves





   João César das Neves foi particularmente feliz nesta abordagem da economia, talvez com a mais difícil das missões de um professor: explicar de forma simples, aquilo que é naturalmente complexo. Ou que muitas vezes se torna complexo pela explicação apresentada. Como é referido na própria promoção do livro: As crianças e jovens deparam-se diariamente com a economia nas notícias ou nas conversas dos adultos e ficam com a sensação de ser complicado ou mesmo impossível perceber do que se trata.

Mas podemos falar de economia de forma simples. É fácil encontrar exemplos na nossa vida de todos os dias para explicar aquilo que a economia realmente é. Este é o desafio deste livro. Depois de o leres, poderás dizer se o desafio foi ganho.